25 Abril

  <p style="text-align: justify" class="MsoNormal">Neste dia que se celebra nacionalmente e anualmente como &ldquo;o Dia da Liberdade&rdquo;, e tendo em conta o debate &ldquo;Cinema e Revolu&ccedil;&atilde;o&rdquo; que se realiza hoje &agrave; tarde no Teatro Acad&eacute;mico Gil Vicente, vimos falar da relev&acirc;ncia desta data hist&oacute;rica como marco nos caminhos que o cinema portugu&ecirc;s percorre.<br /><br />Com efeito, o 25 de Abril, sem d&uacute;vida uma data relevante para a hist&oacute;ria do nosso pa&iacute;s, come&ccedil;a por ser uma &oacute;ptima fonte de inspira&ccedil;&atilde;o para filmes, quer sejam estes contos ficcionais que tenham como cen&aacute;rio os tempos da Revolu&ccedil;&atilde;o, quer sejam document&aacute;rios que procurem abordar de forma imparcial e crua os tempos que se viveram e apresent&aacute;-los a p&uacute;blicos que n&atilde;o os viveram pessoalmente. Esta t&aacute;ctica de se aproveitarem factos hist&oacute;ricos para servir de material para filmes n&atilde;o sucede apenas no nosso pa&iacute;s. Veja-se como os americanos j&aacute; representaram os ataques de 11 de Setembro, assim como a Alemanha j&aacute; apresentou filmes baseados no Holocausto Nazi.</p><p style="text-align: justify" class="MsoNormal">&nbsp;</p>   <!--more-->       <p style="text-align: justify" class="MsoNormal">Tal &eacute; prova de que o cinema, como dimens&atilde;o da cultura nacional, &eacute; um testemunho do passado. Por&eacute;m, n&atilde;o se deve entender este como uma posi&ccedil;&atilde;o est&aacute;tica, j&aacute; que o cinema procura tanto relembrar, assim como celebrar ou at&eacute; mesmo criticar factos que j&aacute; passaram, de modo a elucidar gera&ccedil;&otilde;es futuras, mesmo ao ponto de as motivarem a se criar novos ideais. De facto, n&atilde;o ser&aacute; tal uma express&atilde;o da liberdade, a mesma que agora &eacute; celebrada? A verdade &eacute; que o cinema &eacute;, em si mesmo, uma revolu&ccedil;&atilde;o, visto que procura sempre desafiar-se e, consequentemente, desenvolver como actividade criativa.<br /><br />O cinema portugu&ecirc;s, assim como qualquer aspecto cultural do nosso pa&iacute;s, foi radicalmente alterado gra&ccedil;as ao 25 de Abril. Para melhor? Para pior? A verdade &eacute; que, mesmo ap&oacute;s 33 anos da Revolu&ccedil;&atilde;o dos Cravos, ainda n&atilde;o se encontra resposta certa a tal pergunta. Deve-se, todavia, ter em conta que, mesmo que haja liberdade para se abordar qualquer tem&aacute;tica no grande ecr&atilde;, real&ccedil;ando que o mundo n&atilde;o se encontra livre de controv&eacute;rsias ou tabus, tal n&atilde;o &eacute; tudo no cinema. Ou seja, a liberdade &eacute; uma pe&ccedil;a essencial, mas n&atilde;o a principal ou a &uacute;nica a ter em conta, para a realiza&ccedil;&atilde;o cinematogr&aacute;fica, j&aacute; que existem outros elementos cruciais para o seu desenvolvimento.</p>