Cineshot por Paulo Abrantes

Em realizadores de cinema, e em plenos anos 30, Fred Zinnemann fotografa a onírica e nocturna Nova Iorque. Andrei Tarkovsky, Wim Wenders e Abbas Kiarostami são outros gigantes da realização que viram na fotografia um complemento à sua obra. O olhar voyer do fotógrafo já originou algumas obras-primas da 7ª arte; Naked City (1948), de Jules Dassin, inspirada nas fotografias de Weegee, Funny Face (1957) de Stanley Donen e Fred Astaire em colaboração de Richard Avedon, e o emblemático Blow-up (1966) de Antonione.

<

p style=”text-align: justify;” class=”MsoNormal” align=”justify”>A todos estes nomes o autor acrescenta e destaca Stanley Kubrick (1928-1999), cuja obra fotográfica foi recentemente revelada no fascinante livro de Rainer Crone: Stanley Kubrick, Drama and Shadow: Photographies 1945-1950. Kubrick começou a fotografar na adolescência e aos 17 anos teve a sua primeira fotografia publicada na “LooK”. Foi ao serviço desta revista que Kubrick fotografou Portugal em Maio de 1945. Sempre soube que o seu destino era o cinema. Segundo ele para fazer um filme não é preciso saber quase nada, mas é preciso saber fotografia. O seu trabalho para a “Look”, onde era respeitado como um jovem fotógrafo de grande talento, fez parte dessa aprendizagem. Como realizador de muitas obras-primas, todas diferentes e singulares, Kubrick era fundamentalmente um fotógrafo e um cinematógrafo (no sentido americano do termo). No seu ultimo filme, Eyes Wide Shut, Tom Cruise pára num quiosque para comprar um jornal. O enquadramento cita a sua primeira fotografia publicada. No fim, estava o princípio.