Os “Caminhos do Cinema Português” regressam no final do próximo mês de Novembro para a sua 23.ª edição. Desde 1988 que em Coimbra é organizado o único festival dedicado ao cinema nacional, promovendo todos os géneros e metragens de autores aspirantes ou consagrados. Os Caminhos são plurais e neles se encontra a diversidade de registos, olhares e realidades promovidas pelo Cinema Português. De 27 de Novembro a 3 de Dezembro o festival iniciará a única competição cinematográfica do país que além dos filmes, irá também promover e premiar a intervenção técnica e artística que conjugadas transformaram o cinema na sétima arte.

Este festival conta com duas secções competitivas; a Seleção Caminhos, aberta a todas as obras produzidas desde a edição transata do festival; e a Seleção Ensaios, secção internacional dedicada ao cinema produzido em contexto académico ou de formação profissional.

Os prémios que se apresentam em regulamento poderão parecer vastos, mas são a resposta clara de um festival, que na sua 23.ª edição, almeja premiar mais uma vez “todo o cinema português”. Assim, os filmes integrantes da Selecção Caminhos propõem-se ao Prémio do Júri de Imprensa, ao Prémio D. Quijote da Federação Internacional de Cineclubes, bem como, à avaliação do Júri Selecção Caminhos que atribuirá quinze prémios técnicos, quatro prémios oficiais para os três géneros, animação, documentário e ficção, em competição e por fim o Grande Prémio do Festival.

Ver, classificar e premiar esta diversidade de categorias será o resultado da conjugação de um leque alargado de saberes especializados que , de forma análoga à produção cinematográfica, funcionam como um todo. Procurámos na constituição dos vários júris responder ao desafio de ver e compreender a imagem em movimento, através de múltiplos prismas, ora intrinsecamente cinematográficos, como análogos à presença dos filmes nas nossas vidas enquanto marcas vivas, ora pela forma como os meios e contextos em que são produzidos são também parte integrante das narrativas.

A constituição do Júri da Selecção Caminhos procurou responder aos desafios interdisciplinares que constituem a produção cinematográfica promovendo-se o diálogo de diferentes olhares do que é o Cinema Português. Este júri é constituído pela actriz Ana Padrão, pelo pedagogo António Dias Figueiredo, pelo Especialista em Criação e Gestão de Marcas Carlos Coelho, pelo Director de Arte João C. Torres, pela produtora Maria João Mayer, pelo escritor Pedro Chagas Freitas, pelo escultor Pedro Figueiredo, pela realizadora Rita Azevedo Gomes , pela Stylist Susana Jacobetty e pelo ator Miguel Monteiro.

  • Ana Padrão

    Ana PadrãoAtriz

    Actriz com uma invulgar beleza, é um dos rostos referência no panorama da cultura e do cinema português. Formada na Escola Superior de Teatro e Cinema, depressa se afirmou como actriz, fluente em vários idiomas em 1993 teve o privilégio de fazer parte do elenco do filme Der Blier Familien de Susanne Biera primeira mulher realizadora que mais tarde vem a receber o Oscar para melhor filme estrangeiro. Participa em muitos outros filmes com elencos de diversas nacionalidades, trabalhando​ com realizadores como George Sluizer Joaquim Leitão, Jorge Silva Melo, João César Monteiro, José Fonseca e Costa, Fernando d´Almeida e Silva, António-Pedro Vasconcelos, Fernando Lopes, Raoul Ruiz, Carlos Coelho da Silva, Mário Barroso, Carlos Saboga, Cristèle Alves Meira, Patrícia Sequeira e Bruno de Almeida, entre muitos outros. Em simultâneo, é uma presença constante no elenco de​ vários canais nacionais e internacionais, participando em séries, mini-séries, novelas e telefilmes. Com o sucesso do telefilme da SIC Amo-te Teresa (2000), no qual foi protagonista, seguiram-se muitos outros projectos na TV, como se pode constatar no seu vasto currículo.

  • António Dias Figueiredo

    António Dias FigueiredoPedagogo

    António Dias de Figueiredo é professor catedrático aposentado de Engenharia Informática e investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra. Foi vice-presidente do Programa Intergovernamental de Informática da UNESCO, Paris, e membro do NATO Special Program Panel on Advanced Educational Technology, Bruxelas. Participou em vários projectos europeus e atuou em várias ocasiões como consultor da Comissão Europeia para questões de educação. Recebeu o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade Aberta e o Sigillum Magnum da Universidade de Bolonha. É autor e coautor de cerca de três centenas de artigos e capítulos de livros publicados no país e no estrangeiro e membro dos conselhos editoriais de várias revistas nacionais e estrangeiras. Tem em curso projetos do âmbito das relações mutuamente generativas entre tecnologias e sociedade, com destaque para as pedagogias, retóricas e epistemologias de nova geração.

  • Carlos Coelho

    Carlos CoelhoEspecialista em Criação e Gestão de Marcas

    Carlos Coelho, uma das grandes referências portuguesas no domínio da construção e gestão de marcas, , ao longo de 32 anos, conduziu centenas de projectos de algumas das marcas mais relevantes em Portugal, como o Multibanco, Telecel/Vodafone, Yorn, Galp Energia, RTP, Tv Cabo, CTT Correios, Sumol, TAP Portugal, Sata , Leya, Sonae, Delta, Fidelidade, Sogrape, The Navigator Company, Portugal Sou Eu,  entre muitas outras. É autor de diversos estudos sobre tendências e modelos teóricos de marcas. É activista sobre as causas e as marcas de Portugal e autor do livro ”Portugal Genial’’. É co-autor do livro “Brand Taboos” e tem participado com ensaios em diversos livros tais como: “Gestão sustentada”, “Portugal Vale a Pena”, “TAP, a imagem de um povo.”  É professor, colunista, comentador de televisão , foi autor e apresentador do programa de TV Imagi-Nação e colaborador de inúmeras publicações nacionais e estrangeiras, sendo reconhecido pelas suas múltiplas abordagens inovadoras e desafiantes sobre estas matérias. Como conferencista proferiu nos últimos cinco anos mais de 200 palestras, a convite de diversas instituições: Governos, Universidades, Associações empresariais e Empresas, em diversos Países.

  • João Torres

    João TorresDirector de Arte

    Licenciado em Engenharia Civil na F.C.T. da Universidade de Coimbra, João Torres desenvolveu actividade nos domínios das artes plásticas, teatro, performance, poesia visual, fotografia e cinema. A sua actividade profissional tem incidido preferencialmente nas áreas de concepção e produção de cenários para cinema e audiovisuais. Como Director de Arte trabalhou na produção de filmes, telefilmes e filmes publicitários de diversos países. Desenvolveu projectos com realizadores como Alain Tanner, Raoul Ruiz, Riccardo Freda, Bertrand Tavernier, Jean Louis Bertoucelli, Jean Claude Missien, Serge Moati, Denys Granier-Deferre, Michaela Watteaux, Serge Korber, Paolo Marinou Blanco, Joaquim Leitão, Rainer Eurler, Billy August, António Pedro Vasconcelos, Patrick Timsit, Imanol Arias, Zezé Gamboa, Tom Cairns, Tom Donnely, Bruno de Almeida, entre muitos outros. Foi Subdirector do Teatro Nacional S. João e Director Executivo do festival internacional de teatro Po.N.T.I., (ed.1997/1999/2001). Tem colaborado com diversas estruturas de produção artística no desenvolvimento de projectos e esporadicamente em jornais e revistas sobre temas da actualidade.

  • Maria João Mayer

    Maria João MayerProdutora

    Maria João Mayer é produtora cinematográfica há mais de 10 anos e já trabalhou com alguns dos cineastas mais reconhecidos em Portugal — casos de Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, Margarida Cardoso, entre muitos outros. Em relação às obras mais recentes, destacam-se Montanha e Rafa, de João Salaviza, Yvone Kane, de Margarida Cardoso, e Um Dia Frio, de Cláudia Varejão. Em 2015 foi uma de cinco mulheres distinguidas nos Prémios “Mulheres Criadores de Cultura" promovido pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais do Ministério da Cultura.

  • Miguel Monteiro

    Miguel MonteiroAtor

    Cinco meses depois de ter estado a viver em Coimbra para rodar o filme “Pedro e Inês” de António Ferreira, o ator Miguel Monteiro regressa à cidade para integrar o grupo de jurados de mais uma edição do Caminhos Film Festival. Nascido em Lisboa em Maio de 1965, Miguel Monteiro viveu os primeiros anos da sua vida profissional como jornalista. Passou pelo Expresso, fez parte das equipas fundadoras da TSF em 1988 e da SIC em 1992, ao lado de Emídio Rangel, foi director-adjunto do semanário de espetáculos Se7e, fez parte da equipa do programa “Cinemagazine” (RTP) de Fernando Matos Silva, colaborou ocasionalmente em várias publicações, onde escreveu sempre sobre a sua paixão: o cinema. Foi o primeiro jornalista português a fazer a cobertura em Los Angeles de uma cerimónia dos Óscares, em 1989 e repetiu a experiência por mais cinco vezes. Participou em eventos como os Spirit Awards, a grande celebração dos 80 anos de Frank Sinatra, entrevistou grandes figuras da velha Hollywood como Billy Wilder, Lauren Bacall, Robert Mitchum, Maureen O’Hara ou Anthony Quinn. Em 2005 aceitou o convite de João Botelho para participar no filme “O Fatalista” e começou um percurso de ator que nunca mais parou. Ao longo destes anos, Miguel Monteiro voltou a filmar com Botelho “Corrupção”, “A Corte do Norte” e “Os Maias – Cenas da Vida Romântica”, trabalhou com Peter Greenaway em “3X3D: Just in Time”, rodou “Giacomo Variations” de Michael Sturminger ao lado de John Malkovich, “Mistérios de Lisboa” de Raul Ruiz, “Linhas de Wellington” de Valeria Sarmiento, “Call Girl” de António-Pedro Vasconcelos, “Duas Mulheres” de João Mário Grilo, “Em Câmara Lenta” de Fernando Lopes, “Pó” e “Encontradouro” ambos de Afonso Pimentel, “Ao Deus Dará” de Tiago Rosa-Rosso, “Axilas” de José Fonseca e Costa ou “A Mãe é que Sabe” de Nuno Rocha, entre vários outros trabalhos.

  • Pedro Chagas Freitas

    Pedro Chagas FreitasEscritor

    Pedro Chagas Freitas escreve cenas variadas. Romances, novelas, contos, crónicas, guiões, letras de música, textos publicitários e outras imbecilidades. Publicou mais de duas dezenas de obras. Está na lista dos mais vendidos de 2014 em Portugal. Estudou linguística e criou jogos didácticos para estimular a produção escrita. Foi nadador-salvador, barman, operário fabril, porteiro de discoteca, jogador de futebol. Acredita que o país perfeito é a Lamechalândia. E vive por lá todos os dias.

  • Pedro Figueiredo

    Pedro FigueiredoEscultor

    Nasceu a 22 de Outubro do ano de 1974, na cidade da Guarda. Concluiu o curso profissional de Cerâmica na Escola Artística de Coimbra – ARCA – E.A.C., a licenciatura em Escultura, a pós-graduação em Comunicação Estética e o Mestrado em Artes Plásticas na Escola Universitária das Artes de Coimbra – ARCA – E.U.A.C. Está representado na Galeria São Mamede (Lisboa e Porto), na Galeria de Arte Contemporânea Nuno Sacramento (Ílhavo) e na Shairart (Braga). Expõe regularmente em Bienais de Arte desde 2003. Tem feito várias exposições individuais e colectivas desde 2000. Tem participado em Simpósios, e executado cenários e adereços para teatro e outras áreas do espetáculo. Está representado em diversas coleções públicas e privadas quer nacionais quer estrangeiras. Atualmente, vive e trabalha em Coimbra.

  • Rita Azevedo Gomes

    Rita Azevedo GomesRealizadora

    Nascida em Lisboa, em 1952, Rita Azevedo Gomes tem um percurso variado, ligado às artes visuais. Começou por estudar Belas Artes, ligando-se ao cinema a pouco e pouco. Esteve envolvida, ao longo dos anos, em inúmeros projetos em teatro, ópera, artes plásticas e cinema, tendo ainda desenvolvido, com grande reconhecimento, trabalhos gráficos em diversas edições de cinema da Cinemateca e da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1990, realizou o seu primeiro filme: “O Som da Terra a Tremer”, após o qual escreveu e realizou várias curtas e longas metragens internacionalmente reconhecidas em festivais de todo o mundo. Trabalha atualmente na Cinemateca Portuguesa como programadora onde está também a cargo das exposições.

  • Susana Jacobetty

    Susana JacobettyStylist

    Susana Jacobetty trabalha em Comunicação e na indústria da Moda há mais de 15 anos.Ganhou o Prémio de Melhor Guarda Roupa na XVII edição do Festival “Caminhos do Cinema Português” com o filme Kinotel. Costumizou uma peça para a exposição Boomshirt no Estoril Fashion Art Festival em conjunto com as Artistas Joana Vasconcelos e Catarina Pestana. Foi Responsável pela Comunicação da 1ª visita do Dalai Lama a Portugal. Colaborou nas obras da Exposição no Palácio Nacional de Mafra, do artista João Bacelar e na Campanha “O teu bairro é a tua cara” no MUDE. Foi Comentadora dos Prémios Aquila, Cerimónia de Televisão e Cinema Português, trabalhou como Comentadora televisiva e teve várias rubricas de Moda e Beleza em diversos programas de Televisão. Foi Editora de Moda e Beleza da revista de cultura Urbana, DIF e Responsável de Moda na revista Cosmopolitan, para além de colaborar com várias publicações nacionais e internacionais. Há vários anos que colabora com o curso de Cinemalogia, do Festival dos Caminhos do Cinema Português, onde lecionou o módulo de Guarda Roupa e Caracterização para Cinema.