Conservatório de Música de Coimbra Manuel Rocha

Quando o Cinema não era ainda som, em fita magnética, o som do cinema era Música. Talvez por causa da memória desses dias felizes, e iniciais, falar de Cinema e de Música - fazer Cinema e Música – é, muitas vezes, falar da mesma coisa: o desafio total dos sentidos e da inteligência dos humanos. Andréi Tarkóvsky, para o trabalho de montagem, esperava sempre pela partitura – era o “escultor do tempo” à procura do reagente sonoro em que havia de misturar os seus “bonecos” de luz. E quem diz este, diz os cineastas todos e os músicos todos, os pintores, os atores, os bailarinos, os encenadores, o público - a Arte é um lugar indispensável do nosso mundo.

Por isso é que a entrada do Cinema numa Escola é sempre uma boa notícia. Mesmo que não haja, num primeiro momento, a curiosidade de ver além do postigo da prime-time; mesmo que o trabalho de procurar significados assuste; mesmo que seja o de Sísifo o exemplo seguido por aqueles que organizam, que promovem, que lutam (e, por isso, merecem toda a admiração).

Para o Conservatório de Música de Coimbra é uma honra abrir a porta de casa para que o Cinema entre!